quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Deixar Chorar até Dormir, JAMAIS!!!


Por que deixar chorar até que se durma realmente funciona? - ou "CÉUS! PARI O DARTH VADER!"


A mãe passou 9 meses sonhando com a chegada do filho, preparando o ambiente para recebê-lo. Comprou um berço lindo, seguro e confortável, pronto para aquecê-lo quando chegasse, onde ele dormiria como anjo em suas sonecas diurnas e no longo e profundo sono noturno. Providenciou um pijaminha quentinho, que o ajudaria a dormir mais relaxado. Ganhou CDs de músicas para bebês, que sonhava em colocar para embalar o sono da cria.
Ela sonhava com uma rotina pós-nascimento linda: banhos de sol todos os dias (já reparou como nos sonhos não chove?), mamadas frequentes e abundantes, brincadeirinhas fofas, beijos, abraços, muito amor, o banhinho de fim de tarde, o pijaminha quentinho, o embalar para dormir, a música tranquila, a mãe cantando uma suave canção de ninar enquanto embala docemente seu bebê que, aos poucos, fecha os olhinhos e simplesmente dorme. Sonho perfeito: o bebê relaxa, dorme, tranquilo e feliz, até o dia seguinte, enquanto sua mãe aproveita o horário noturno para um tratamento de beleza, um retoque nas unhas, um livrinho bacana, um filme divertido, um estudo mais profundo ou um chamego com o companheiro.
Então, enfim, chegou o bebê.
E, junto com o bebê, chegou a vida real, pra acabar com tudo.
Tchau, sonho, um beijo pra você!
Por que raios a vida insiste em se meter nos nossos sonhos?! Nunca dá muito certo isso.

E então os planos não saem bem como o esperado e, de repente, o bebê não quer dormir.
Ele simplesmente quer ficar acordado com sua mãe, em seu colo quente e confortável, porque, afinal, ela é seu porto seguro e ele ainda não sabe que depois do dormir vem o acordar, que o devolverá a mãe que o sono levou. Ele sabe, apenas, que "DORMIU = SEPAROU".
Com a recusa do bebê em dormir, lá se foi para a Terra do Nunca o sonho feliz de Pollyanna.
Polly - vou chamá-la carinhosamente, porque acredito que ela habite em quase todas nós, ainda que se esconda bem - começa a se questionar sobre o que está fazendo de errado.
Será que mamou demais?
Será que mamou de menos?
Será que é a fralda?
Cólicas?
Coceira?
Dor em algum lugar?
Ansiedade?
Será um "bebê high need"? - não gosto muito desse nome, mas voilá.
"O que está acontecendo com meu filho?!"
Então, aquela amiga super experiente em assuntos de maternidade, ao saber que o filho de Polly não quer saber de dormir no horário e na rotina estabelecida (no sonho), que não quer saber de se comportar e de aceitar a rotina da família, prepara sua voadora, pega impulso, sai correndo e PÁ!, acerta em cheio, com os dois pés, o peito cheio de leite de Polly. E dispara (sem nem que alguém tenha pedido sua opinião): "Polly, amiga, meus filhos dormiam a noite IN-TEI-RI-NHA! Isso é MANHA, minha filha. Você precisa ensinar esse menino a dormir!".
E então, Polly se sente ainda pior...
Outras amigas, na tentativa de ajudá-la (todo mundo quer ajudar), também palpitam: "Polly, amiga, esse menino está te manipulando! Está de manha, de birra! Você não pode ceder, com o risco de estar criando um pequeno tirano".
Além de se sentir culpada e de pegar trauma da palavra "amiga" dita logo após seu nome, Polly entristece...
Puxa vida, com que facilidade seu bebezinho se transformou de um bebê normal em um manipulador de adultos! Será mesmo seu filho um pequeno tirano? Um serzinho perverso? Que usa de manhas e artimanhas para manipulá-la? Que fica confabulando sobre qual a melhor estratégia para manipular a tonta da mãe?
Polly entra em crise:
"Céus! Terei parido Darth Vader?!"
Polly se deprime...
Passa a achar que seu filho não é "como os demais", afinal "os demais" (os de suas amigas) dormem a noite toda. De duas uma: ou ela está fazendo alguma coisa errada mesmo, ou terá que admitir: pariu o rei do lado negro da força. Um bebê indisciplinado, manhoso, birrento, manipulador.

Polly então começa a busca por aprender a fazer o filho dormir. E descobre que existem algumas técnicas divulgadas em livros que GARANTEM que o bebê dormirá facilmente em poucas noites.
Polly ouve e lê alguns comentários sobre esses livros, gente dizendo que "Funcionou! É um milagre!", enche-se de esperança, o compra, lê e começa a "domar o seu bebê", no melhor estilo "Como domar o seu dragão".
Então ela aprende que tudo bem deixar seu bebê chorar até aprender a dormir porque, afinal, "por trás de um filho que dorme tranquilo, há uma mãe que dorme tranquila". Polly já tinha ouvido algumas mulheres falando sobre os prejuízos de se deixar chorar para que se "aprenda" a dormir. Gente que pesquisava sobre o assunto e que sabia da existência de muitos trabalhos científicos comprovando os prejuízos do choro como forma de treinamento. Mas Polly não as conhece, como pode dar ouvidos a gente que não conhece?

"E essa história de ciência, vocês vão me desculpar, mas isso não serve pra cuidar de filho, não. E olha: até aquela grande revista já mostrou que não tem problema deixar criança chorar. Até parece que essa mulherada vai saber mais que essa revista, né? Estou tranquila, estou respaldada, vou continuar com meu plano. Afinal, o doutor pedí diz aqui no livro que é infalível e minha amiga disse que funciona, que é um milagre!".

Então Polly começa a colocar em prática o método de treinamento.
Mas aí acontece algo pelo qual ela não esperava: ela não se sente bem.
Não se sente bem porque aquilo, para ela, não parece natural.
Não faz sentido, considerando seus próprios valores, fazer um bebê "aprender" com base no choro. Porque o choro, oras, é um sinalizador de que algo não está bem! Como ignorá-lo? Ler é uma coisa, fazer é outra. Dói em seu coração saber que seu bebê está chorando na tentativa de mostrar que precisa dela, e ela não o atender.
Então Polly decide abandonar as regras ditadas e seguir seu coração.
Vai até o berço, olha para seu filho e sente: não, você não é Darth! Vem com a mamãe, Luke!
O pega com carinho, o aninha em seus braços, junto ao seu peito, e dá seu colo a ele. E então, Luke para de chorar...
Luke queria o colo da mãe, a presença física da mãe, seu calor e as batidas do seu coração. Nesse momento, Polly percebe que, ainda que Luke não durma no horário que ela havia planejado, nem da maneira como havia pensado, uma coisa valiosa acontece: ela está tranquila com sua decisão. Aquela velha história de "o caminho escolhido tem um coração?"...
E por trás de uma mãe tranquila com sua decisão, há, com certeza, um bebê tranquilo.
Polly, então, passa a rever o seu percurso e chega à conclusão de que o erro estava no sonho. Porque embora fosse um sonho lindo, ele pecava em um ponto: desconsiderava totalmente o próprio bebê e sua personalidade. Em nenhum momento se pensou que aquele bebê não conhecia a rotina do lar onde ele chegou, como acontece exatamente com todos os bebês. Ele poderia se adaptar. Ou não. E o fato de se adaptar rapidamente não o torna um super bebê expert pró-master versão uploaded. Ou, ao contrário, o fato de não se adaptar não faz dele um bebê-problema.
Ele apenas é assim. Não quer dormir, quer ficar com a mãe, quer colo. Eu o entendo: colo de mãe é mesmo coisa boa demais.
Mas como é que fica aquele papo de que deixar chorar até que durma funciona mesmo?
Se funciona?
Claro que funciona!
Funciona sim.
E eu vou te explicar porque funciona.
Para isso, façamos algumas analogias.

  1.  Um amigo seu pede para que você faça um grande favor a ele, coisa que vai demandar tempo, esforço e deixar suas próprias coisas de lado para ajudá-lo. Você faz de bom grado. Terminada a tarefa, seu amigo dá  tchau e vai-se embora, sem sequer agradecê-la ou abraçá-la. Qual a chance de você ajudá-lo novamente?
  2. Você conquista uma grande vitória no trabalho, chega em casa animada, feliz, e compartilha com seu companheiro a sua alegria. Conta tudo, nos mínimos detalhes. Assim que termina de contar, seu companheiro diz: "Dá um passinho pro lado, por favor? Tá passando Palmeiras e Santos". Qual a chance de você fazer a mesma coisa no dia seguinte, e no outro, e durante toda a semana?
  3. Uma amiga querida combina de te ligar para um café, já que faz tempo que quer te reencontrar. Ela liga uma vez, liga duas, liga três, liga quatro, liga cinco, mas você nunca pode. Qual a chance dela continuar tentando?
  4. Um aluno de 8 anos, em meio à aula, cria coragem e levanta a mão para fazer uma pergunta à professora. Ele pergunta e, na sequência, a professora vira as costas e continua falando sobre o que estava falando antes. Qual a chance dessa criança perguntar novamente?
  5. Você votou em um candidato político. Durante seu mandato, ele foi condenado pela justiça, teve seu impeachment decretado e ficou sem poder se candidatar por anos, por ter roubado uma imensa quantia de dinheiro que era destinada para projetos que ajudariam a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos brasileiros. Qual a chance de você votar nele novamente? (Ok, Brasil, pule para a próxima questão, não precisa responder...)

Ok. Acho que deu pra entender a semelhança em todos esses casos, não?
Sabe por que a chance de que esses mesmos comportamentos aconteçam novamente é mínima?
Porque aconteceu o que chamamos de EXTINÇÃO do comportamento.
A extinção de um comportamento acontece quando uma resposta deixa de ser reforçada, ou seja, quando há OMISSÃO do reforço. No caso do aluno de 8 anos que fez uma pergunta, por exemplo, o reforço para que ele continuasse participativo e interessado seria a professora ter dedicado atenção e empatia para responder ao seu questionamento. Como o reforço não aconteceu, então aquele comportamento tende a ser EXTINTO. Ou seja, é um procedimento eficaz para obter a diminuição gradual de algo. "Ahhh, olhaí! Viu?! Então, se eu quero que meu filho pare de chorar e aprenda a dormir, o processo de EXTINÇÃO do comportamento, por meio de não acalentá-lo, não pegá-lo no colinho, está certo mesmo! Ele vai parar de chorar e, enfim, irá dormir!".
Calma, amiga, ainda não terminamos. É preciso saber tudo sobre o processo...

Volte aos exemplos de 1 a 5 e responda: o que terá sentido aquela pessoa cujo comportamento não obteve resposta e que, provavelmente, também será extinto?
Como essa pessoa se sentiu? O que sentiu no momento em que a resposta que ela esperava que acontecesse, não aconteceu? É bom esse sentimento? Ele dá origem a boas coisas?
Como você se sentiu quando seu amigo não te agradeceu ou abraçou e como ficou sua relação com ele depois?
Como você se sentiu quando seu companheiro ou companheira não te deram o retorno emocional que você esperava nesse momento importante da sua vida? Será que rolou um DR depois?
Como será que sua amiga se sentiu - ou se sente - sabendo que você não consegue destinar um tempo a ela?
Como se sentiu o gurizinho de 8 anos quando a professora virou as costas à sua dúvida?
Como você se sentiu quando o seu candidato te roubou, e aos seus amigos, e aos seus filhos, e àqueles que passam dificuldades?
Não. Não são bons sentimentos...

Essa é a dimensão do problema.
Se deixar chorar funciona? Claro que funciona. Um comportamento realmente se extingue quando a resposta esperada não vem. Quando um bebê chora por algumas horas, por alguns dias, querendo o colo da mãe e a mãe, porque está colocando em prática um método que promete salvá-la, não dá aquilo que o bebê pede, ele tende a parar de chorar mesmo.
Agora, como será que ele se sente? O que te faz crer que a frustração e chateação que você sente quando não recebe resposta é diferente da dele?
Onde entra a Regra de Ouro nessa relação? Aquela, que sugere que tratemos os outros da maneira como queremos ser tratados (sádicos, vão dar uma voltinha agora, essa pergunta não é para vocês).

Os métodos baseados na extinção do comportamento realmente são válidos. Quase sempre.
Mas será mesmo que devem ser utilizados sempre, como um "guia"?
Pollyana não conseguiu. Ela se sentiu ferida por imaginar que os sentimentos do seu filho também poderiam estar sendo feridos.

Nesse método baseado em tentar extinguir o comportamento de chorar daquele bebê, podem acontecer alguns problemas, totalmente previstos pela teoria psicológica.
Um exemplo: se a mãe decidiu (mesmo que ela mesma esteja sofrendo com isso) ignorar o choro, ou não pegá-lo no colo, deixando o bebê chorar até que durma, mas o pai não conseguiu, ou a avó, ou a amiga, ou qualquer pessoa por perto que se sentiu aflita com o choro, e essa pessoa invadiu o quarto e pegou a criança no colinho, PREVEJA O EFEITO DISSO. A criança sabe que pode ser acalmada por um colinho, a família sabe que pode acalmar o bebê com o colinho, e o bebê sabe quem deu e quem não deu o colinho. E se você acha que, assim, está criando um tirano: desculpe, mas não é ele quem está no lado negro da força. Não acho muito coerente demonizar as crianças quando somos nós quem estamos negando acolhimento para que "aprendam o que queremos que aprendam, com base no nosso sonho ilusório".
Outra questão: a própria teoria afirma que, em algumas situações, pode ser cruel privar aquele indivíduo da atenção da qual precisava - e o CHORO é uma dessas situações. Porque o choro é um claro sinalizador de que algo não vai bem, indica dor, sofrimento emocional ou outra necessidade. Se uma criança está chorando e já é possível dialogar com ela, então que façamos isso. Mas um bebê tem no choro sua principal forma de comunicação. Não parece muito razoável que os ensinemos a deixarem de se comunicar quando precisam de algo, não é?
Uma última questão: o método da extinção do comportamento apresenta mais um ponto delicado. O processo de extinguir um comportamento (em nosso caso, o choro que antecede o dormir sozinho) pode produzir agressividade. Ah vá, que ninguém te contou?!
Por agressividade não estamos considerando somente a violência em si, mas a amplificação do comportamento que se quer extinguir. Ou seja: se o bebê foi deixado chorando, com a esperança de que, omitindo o acolhimento físico, ele vá se acostumar e finalmente dormir, esteja preparada para o fato de que ele pode, SIM, chorar ainda mais, no lugar de simplesmente dormir. Essa é uma situação prevista pela teoria.

É isso.
Se o método funciona?
Claro que funciona.
Ele para de chorar por extinção do comportamento e, com o tempo, dorme sem chorar - ainda que sua mãe não o embale - por condicionamento. A mãe o condicionou a isso. E ele não chora mais quando colocado para dormir sozinho porque aprendeu que não adianta chorar que sua mãe não vai pegá-lo no colo. Se alguém te disse que o que ele aprendia era "a dormir", te enganaram...
As teorias psicológicas não são mera teorização. Nossos comportamentos cotidianos, dos mais simples aos mais complexos, podem ser explicadas por elas.
Mas há que se ter sempre em mente os resultados das escolhas.
Sempre.
Não é ético ignorar uma parte do processo apenas porque ele não é tão bonito quanto você esperava que fosse. Também não adianta fingir que não existe.
O ideal é conhecer a fundo tudo, para que se possa escolher.
Polly não nasceu sabendo ser mãe - assim como todas as suas amigas. E as amigas das amigas.
Mas Polly preferiu ouvir seu coração que, de certa forma, é muito mais coerente com o que acontece no íntimo do seu bebê. Polly pegou para si a RESPONSABILIDADE de ser guiada por seu sentimento em relação ao filho. E pegar para si a responsabilidade disso é assumir os riscos inerentes. Porque uma coisa é dizer: "Mas eu só fiz o que o livro mandou" e outra bem diferente é dizer: "Sim, eu fiz porque eu quis, porque assim senti que devia fazer". Ainda assim, para Polly, foi muito mais tranquilizador do que simplesmente seguir um método que - SIM! - funciona.
Às custas de que? Aí é outra história. Que não é todo mundo que quer contar não...
Hoje, Polly e Luke (ou Padmé) vivem mais conectados. Luke sabe que, na hora de dormir, pode contar com o colinho de sua mãe.
Ainda que ele não durma do jeito que ela sempre sonhou...


E quem disse que nossos sonhos contêm aquilo do que realmente precisamos para sermos felizes?
Afinal, é na vida - e não no sonho - que vivemos.
Cuidado você deve ter, com fórmulas e métodos que salvadores se dizem. E também com os que, de manipuladores, as crianças chamam .
Já diria Mestre Yoda.

Método Estivil


Sobre quase-macacas e quase-humanas

Sim, o texto é longo. Porque o papo é sério.

Resolvi escrever esse texto após ler muitas coisas sobre um método chamado "Método Estivill", que é explicado no livro de mesmo título e cujo subtítulo é "Um guia rápido para os pais ensinarem os filhos a dormir". Já começo dizendo o seguinte, sem muito medo de errar: com exceção do blog da Mariana, o Pequeno Guia Prático Para Mães Sem Prática, que é show de bola e ajuda um monte de mães, além de fazê-las rir, tudo que começa com "guia rápido", "método fácil" ou "sem esforço" deve ser lido sempre com uma sobrancelha meio levantada, quando diz respeito a modificação de hábitos e comportamentos... Coisas como "Guia rápido para enriquecer" ou o "Como perder 10 quilos em uma semana sem fazer esforço" são meio esquisitas, não?
Bem, todos somos animais. Animais que tiveram um maior desenvolvimento do córtex cerebral com o passar das gerações, mas animais. Hoje temos um neocórtex, mas somos animais.
Tá entendido isso?
Beleza.
Sendo animais, reagimos instintivamente como tais. Com a diferença de que conseguimos - ou deveríamos conseguir, pelo menos - ponderar sobre uma série de questões e compreender o que outros animais não compreendem. Mas o comportamento humano tem base justamente na animalidade de nossa condição.
Agora imagine a seguinte situação: você é uma mulher Neanderthal. Ou uma fêmea de uma espécie prévia aoHomo sapiens. Uma quase-macaca, digamos assim. Ou uma quase-humana, dependendo do ponto de vista... Bom, aí você ficou prenhe. E aí o filhote nasceu. Vocês vivem numa caverna. Mas você é uma quase-macaca e sabe que tem outras espécies de animais andando por aí que adorariam saborear seu filhote como se fosse um cheetos, afinal, até formato de cheetos tem o filhotinho. Aí, depois de mamar nas suas tetas, seu filhote dormiu. Sim, porque você é uma quase-macaca, e naquela época as tetas ainda não tinham adquirido status de "peitos" ou "seios", são tetas mesmo. O filhote dormiu e você o colocou pra dormir em cima de um monte de folhas, porque ao contrário dos filhotes dos outros macacos, os filhotes da quase-macaca não conseguem dormir agarrado nos pelos da mãe... Então ele ficou lá dormindo na caminha de folhas. E você aproveitou pra ir colher umas amoras selvagens, umas bananas da terra ou um tubérculo qualquer. Aí você tá lá colhendo alimento, enquanto o seu macho (nada de feminismo, pessoal, era macho mesmo, naquela época... ainda não tinham adquirido o status de homens) foi caçar uma carninha vermelha. E você tá lá colhendo, tranquila. De repente, seu ouvido supersônico capta: FILHOTE CHORANDO! Você, na sua condição de quase-macaca, corre pra acudir: pode ser um animal daquelas outras espécies que adoram comer filhotes de quase-macacas! Corre! Corre! Chega lá, seu filhote está são e salvo e você, quase-macaca, fica muito mais tranquila. Garantiu a sobrevivência do seu filhote por mais um dia...
Aí você aprendeu que chorou, tem que acudir. E esse aprendizado foi junto com seus genes na forma de conexões neuronais altamente elaboradas. E deu tão certo que, como quase todas as quase-macacas acudiram seus filhotes, a raça das quase-macacas foi pra frente ao longo das gerações, e deu origem aos humanos sapiens (que às vezes são quase-sapiens ou nem-tão-sapiens-assim).

E aí tá explicado o porquê de nós, humanas, corrermos ao menor chorinho dos nossos bebês.

Aí um dia vem um quase-humano e diz assim pra você, humana sapiens: "Deixa chorar cada dia um tempo maior. Não precisa sair correndo pra acudir. Você não é mais uma quase-macaca; você se tornou uma humana sapiens dotada de um neocórtex crítico e pensante e já sabe que não tem nenhum animal querendo se alimentar do seu bebezinho. Não precisa se comportar como uma quase-macaca".
Faz sentido isso... Desse ponto de vista, faz sentido. Se esse ser quase-humano que te disse isso usar um Doutor antes do nome, aí você se impressiona e fica pensando que, se ele é doutor e você não, então ele deve saber do que está falando... (Humpf, se você soubesse cada doutor que eu conheço...)

Mas agora pense de outra maneira.
Faz de conta, agora, que você é o filhote da quase-macaca. Você acordou, se viu sozinho na caverna, seus genes sabem que você é alimento de outros bichos, você não vê sua mãe quase-macaca. Você começa a chorar instintivamente, porque está com medo, e o medo salva a sua pele! Desde que você chore pra sua mãe ouvir e correr pra te acudir, e dar a sorte dela chegar antes do devorador. E isso deu certo. Deu tão certo que você chorou de medo, sua mãe quase-macaca te ouviu e chegou antes dos devoradores.
Aí as gerações se passaram e você, como filhote de quase-macaca, evoluiu para um filhote de humana sapiens, e agora recebe o nome de "bebê". Aí você, bebê agora, acordou e se viu sozinho. O que você vai sentir?
Vai se sentir seguro, porque afinal você já é um bebê de humana sapiens e sabe que não tem mais nenhum devorador? Não! Você não sabe disso! Porque embora você seja um bebê com neocórtex, quem ainda manda é a parte cerebral que comanda seu comportamento defensivo instintivo. Ou seja, embora você tenha menos pêlos, seja mais cheiroso e até use um macacãozinho lindo cor-de-rosa, no que diz respeito ao seu padrão comportamental,  você tá mais pra filhote de quase-macaca do que pra bebê de humana sapiens, meu querido... 
Ou seja: você vai acordar com medo ao se ver sozinho; você não sabe que sua mãe está ali no quarto ao lado; você não sabe nada sobre nada, só lembra - geneticamente - que sua sobrevivência está em risco.
Se você é filho daquela mãe humana sapiens que ouviu aquele doutor quase-humano dizendo pra ela parar de se comportar como uma quase-macaca, você se ferrou, bebezão: vai ficar ali chorando apavorado sem saber o que está acontecendo e onde está a mamãe.
Portanto, a questão não é saber que nós, hoje, podemos usar estratégias comportamentais diferentes do que as quase-macacas usavam porque, afinal de contas, somos humanas sapiens... É saber se eles, os filhotes, também mudaram do ponto de vista comportamental.
E te digo: não mudaram! O arcabouço biológico continua o mesmo, gente boa...
Um bebê de humana sapiens continua a ser o mesmo filhote de quase-macaca.
Ou seja: não adianta dizer pra um bebê, quando ele estiver chorando sozinho no berço: "meu amor, mamãe e papai te amam muito. E é por isso que a gente vai te ensinar a dormir sozinho e não vai pegar você no colo. Mesmo que você grite. Fica aí um pouquinho que aí também é gostoso, olha a sua bonequinha, que linda... É por amor, querida, pra você não ser uma pessoa birrenta e ser corajosa..."
Não adianta dizer isso porque o neocórtex do bebê ainda não fez conexões neuronais que permitam a compreensão do mundo, minha gente.

Tá entendido isso?

E se algum Dr. Estivill vier te dizer isso, do alto de sua formação médica e de seu DR. antes do nome, manda ele pentear quase-macacos. Que enquanto ele penteia quase-macacos, a gente vai embalando nossos filhotes no colo para que durmam... Que nós somos quase-macacas tentando ser mais humanas do que mais sapiens. Mesmo que algumas tenham, até, doutorado na área de neurociência.
Por isso, eu digo: mais vale uma quase-macaca do que uma quase-humana...
Com todo o respeito.

Esse é um manifesto pessoal contra a política do "vamos deixar chorando no berço, que é pra ensinar esse povo pequeno a dormir sozinho". Se você quer criar seres humanos inseguros e frágeis, esse é o melhor caminho mesmo, vai fundo. Fazendo uma pesquisa sobre esse método do Dr. Estivill, fiquei chocada com o número de mães que adoraram esse livro e esse método e dizem orgulhosas: minha vida mudou depois que meu bebê chorou 3 horas seguidas, deu uma vomitadinha de tanto chorar, mas aprendeu a dormir sozinho.
E ainda dizem que a espécie evoluiu...

Sou uma doutora quase-macaca, muito prazer. E aqui em casa, nós não deixamos chorar. E tá todo mundo bem feliz com isso. Né, Clara?

(foto de quando ela estava com 1 mês e meio, dormindo em cima do papai).


sábado, 23 de fevereiro de 2013

O debate científico sobre a realidade do sono infantil

Imagem royalty-free: Sweet baby


Duas pesquisadoras da Espanha fizeram uma revisão bibliográfica gigante sobre sono infantil e criaram este site  para divulgar o resultado da pesquisa. A intenção delas é que as pessoas, pais e pesquisadores, tenham acesso ao material para que possam tomar as decisões baseadas em evidências científicas e para aquilo que for melhor para a criança. Abaixo o resumo da pesquisa, em espanhol:


Desde los comienzos de la humanidad, y como miembros que somos del orden de los primates, nuestros bebés y niños han dormido siempre en compañía de sus cuidadores hasta que son lo suficientemente mayores para protegerse solos de las hostilidades del medio (Small, 1999). Pero desde hace unos pocos siglos una parte de la humanidad - la cultura occidental industrializada - se impuso la costumbre de obligar a sus hijos a dormir lejos de su madre (y/o cuidadores) y enseñarles a dormir solos. Una costumbre que comenzó debido a las circunstancias sociales, culturales, morales y económicas que se vivían en esta sociedad y que se afianzó definitivamente a finales del siglo XIX, cuando empezó a aparecer como regla de oro en los manuales de los profesionales de la pediatría de la época. Más o menos al mismo tiempo empezó el estudio científico del sueño infantil, que tomó como referencia de normal y saludable el bebé/niño que dormía sólo y no era alimentado con lactancia materna, en lugar del bebé/niño que duerme acompañado y tiene acceso al pecho de su madre para alimentarse y consolarse (McKenna et al, 2007).

Como era de esperar, y dado que el garantizarse la presencia del cuidador (y su alimento) es un comportamiento innato fuertemente grabado en nuestro instinto primal, nuestras criaturas se rebelaron contra esta costumbre, llorando y reclamando la presencia de los adultos para iniciar su sueño, negándose a dormir solos. De esta manera se vio afectado no sólo su propio sueño, sino también el sueño de sus padres, haciendo imposible que ningún miembro de la familia descansara lo necesario. Nacieron así los problemas del sueño infantil que, con el apoyo del método científico, pasaron a la categoría de enfermedad con el nombre de "Insomnio infantil por hábitos incorrectos" o "Behavioral insomnia of childhood" (BIC). Esta enfermedad se definió como:

"... las dificultades para empezar a dormir, para continuar dormido, o ambas, lo que está relacionado con una etiología del comportamiento identificada. Las dificultades del sueño son el resultado de unas asociaciones inapropiadas o de un inadecuado establecimiento de límites"

Se consideró que la habilidad para auto-consolarse y dormirse solos sin la presencia de los padres y permanecer así dormidos durante toda la noche debería desarrollarse entre los 3 y los 6 meses de edad, por lo que los niños que a partir de los 6 meses no seguían estos criterios serían diagnosticados de BIC (AASM, 2005).

Y como ocurre ante cualquier enfermedad, no faltaron los tratamientos. Dos fueron las aproximaciones posibles: medicación y técnicas de adiestramiento o terapias cognitivo-conductuales (CBTs). Como diversos estudios demostraron que la medicación era ineficaz para resolver el problema a largo plazo,  no tardaron en imponerse las CBTs (Mindell  et al, 2006; Vriend  & Corkum, 2011). Estas CBTs se basaban en las líneas conductuales de la psicología y la pedagogía iniciadas por Skinner, Pavlov y Watson. La primera de ellas fue la llamada crying it out (dejar llorar), unmodified extinction (extinción no modificada) o simplementeextinction (extinción) y que consistía en dejar llorar a la criatura sola en su cuarto, dentro de su cuna o cama,  hasta que se callaba. Los estudios demostraron que era altamente eficaz para curar el  BIC pero tenía un importante problema: la intolerancia de los padres  para soportar el llanto incontrolado de su bebé durante horas (Williams, 1959). En un porcentaje muy alto esta técnica fallaba porque los padres eran incapaces de aplicarla consistentemente, con lo que conseguían el efecto contrario. Por eso, en la década de los 80, Rolider y Van Houten publicaron un artículo describiendo en detalle un método que se llamaría desde entonces controlled comforting (consuelo controlado), controlled crying (llanto controlado) o graduated extinction (extinción gradual), una técnica en principio "más amable" ya que permitía hacer breves visitas al bebé/niño en las que el cuidador podía consolarle mediante la voz, aunque sin tocarle ni sacarle de su cama/cuna (Rodiler  & Van Houten, 1984Mindell  et al, 2006). 

En 1984 esta técnica llegó al gran público de la mano del doctor Richard Ferber y su libro Solve your child´s sleep problems (Solucione los problemas del sueño de su hijo) que no tardó en convertirse en bestseller(Ferber, 1985). Once años más tarde el doctor Eduardo Estivill decidió seguir el ejemplo de su colega y maestro, y publicó en España su conocido Duérmete Niño, libro que llegó a ser tan popular que el método pasó a conocerse como Método Estivill Estivilización (Estivill & Bejar, 1996).

A la vez que las técnicas basadas en el controlled crying se popularizaban de la mano de Ferber y Estivill, en el mundo científico empezaron a alzarse voces cuestionando su ética (McKenna & Volpe, 2007Blunden  et al, 2011Jové, 2006Gonzalez, 2010Sunderland, 2006Gehard, 2008Liedloff, 2009, entre muchos otros). Diversos estudios provenientes de ramas como la antropología, la etnología, la etología o la neurología empezaron a cuestionar no sólo a las técnicas en sí mismas, sino la misma costumbre de poner a los bebés a dormir solos, a la vez que sacaban a la luz su verdadero origen cultural y no biológico. 

Estos otros estudios no tardaron en hacer mella incluso en los más fervientes defensores de los métodos de adiestramiento. El colecho empezó a dejar de verse como una aberración o un peligro para la salud física, psicológica y moral de la criatura y, ante las evidencias de su bondad, ningún profesional de la pediatría del sueño pudo seguir atacándolo de manera indiscriminada, por lo que incluso los más recalcitrantes defensores del BIC aceptan  hoy en día que cuando se practica por motivos culturales y de convicción es bueno (Eckerberg, 2002).  Por otra parte, también empezaron a diseñar técnicas más amables como el camping out (ir retirando el acompañamiento) (Sadeh, 1996), que permite colechar con la criatura un tiempo determinado hasta que acepta la separación, o el positive rutines (rutinas positivas) (Mindell  et al, 2009) en la que se establecen una serie de rutinas agradables y tranquilas a la hora de ponerle a dormir.

Pero a pesar de esta tendencia, las técnicas basadas en el controlled crying estaban tan arraigadas en la literatura popular sobre crianza que todavía siguen siendo la primera opción para muchos profesionales y familias a la hora de tratar este hipotético y culturalmente establecido BIC. Desgraciadamente, esta situación se ve mantenida porque, a pesar del debate existente en el mundo de las publicaciones científicas, algunos profesionales se empeñan en mantener estas técnicas vigentes a toda costa, negando incluso la existencia misma del debate.

Pero el debate existe y las más de cien publicaciones citadas en esta revisión lo atestiguan. El malestar que provoca la aplicación de las técnicas basadas en el crying it out o controlled crying, junto con las evidencias científicas, que nos hacen pensar que su éxito en conseguir el comportamiento deseado no es gratuito, sino que se está cobrando un precio en la salud física, psicológica y emocional de los niños al forzarlos a un comportamiento que va en contra de sus instintos primarios de supervivencia, nos hacen pensar que se han quedado obsoletas y es hora de cambiar de dirección. Ya no tiene sentido calificar de patología un comportamiento que ha demostrado ser todo lo contrario: una reacción natural y saludable al sentimiento de abandono y peligro que provoca una costumbre establecida por meras razones culturales.

De hecho ya empieza a vislumbrarse un nuevo camino para el futuro en el que mediante modelos interaccionales o transaccionales se ha conceptualizado la interacción bidireccional entre cultura y biología, aplicando el concepto de bondad de ajuste (goodness of fit) para definir la calidad del ajuste entre las necesidades de los hijos y las exigencias de los padres, determinadas estas últimas por el ambiente cultural (Chess  & Thomas, 1984).

Hasta el momento, las recomendaciones clínicas de gran parte del mundo de la pediatría del sueño se han basado fundamentalmente en cambiar el comportamiento del niño, extinguiendo el comportamiento no deseado (reclamar a sus padres o cuidadores para dormirse), y/o el de los padres, reduciendo su implicación a la hora de dormir a sus hijos e instándoles a mantenerse insensibles ante sus reclamos, todo ello con el fin de llegar al comportamiento culturalmente aceptado. Ha llegado el momento de buscar el verdadero equilibrio entre las necesidades de todos los miembros de la familia para convertir una pobreza de ajuste en una bondad de ajuste, aunque ello conlleve cuestionar, modificar y rechazar aspectos de las normas del comportamiento del sueño infantil de la propia cultura. Según palabras de Jenni y O´Connors:

"¿Son los estándares culturales de nuestra sociedad óptimos para el desarrollo de nuestros niños?La gran diversidad en el comportamiento del sueño de los niños entre las diferentes sociedades y culturas, de hecho, puede estar indicando que un "estándar cultural óptimo" no existe. Por el contrario, las necesidades y los determinantes biológicos individuales deben ser tenidos en cuenta cuando hablamos de los problemas y los patrones del sueño infantil. ¿Son todos los niños capaces de adaptar sus requerimientos biológicos de sueño a las demandas definidas culturalmente? Particularmente, la "bondad de ajuste" entre las necesidades de niños individuales y sus ambientes culturales puede proveer de una base conceptual para la práctica clínica."(Jenni & O´Connors, 2005)



Fonte: suenoinfantil.net

Acupuntura, primeira sessão.

Imagem royalty-free: Traditonal medicine acupenture




Geeente, este é o primeiro post ao vivo!!! E os meus dois fãs vão ao delírio!!!
A sessão de acupuntura foi essa semana, e nada de agulhas! Bebê que é phyno faz acupuntura a laser. No começo da sessão Pepê tava que era só alegria, puxou os cabelos da Érika, rasgou o papel da maca... Depois foi se emputecendo com aquela mexeção nele, e acabou se irritando no final, mas ele foi ótimo, deu tudo certo! Durante a sessão. 
Eu já estava preparada pra sair dali com um bebê desmaiado que ia acordar só no dia seguinte. Quem disse?! Pepê não dormiu no carro, nem quando chegou em casa. Fiquei igual uma doida apertando as sementinhas, e o pequeno foi se irritando com aquilo. Só dormiu depois do banho. Mas um sono que eu nunca vi assolar aquele corpinho. Ele não conseguiu lutar muito, foi logo nocauteado! Apesar disso, eu percebi que não dava pra levar ele pra cama, ficou no colo mesmo. Mas depois de duas horas de sono eu quis que ele acordasse por que já estava na hora da rotina noturna. Aí levei pra cama, só pra testar. O menino dormiu que chega babou, não acordou quando foi pra cama! E dormiu por mais uma hora. Não acordou nem quando o João veio arrumar o telhado e ficou martelando acima das nossas cabeças! Eu olhava pra aquela criatura que não movia um músculo, sem acreditar! Só acordou quando o João ligou a britadeira serra!!!
Fiquei toda "se achando" e jurei que o pequeno ia dormir a noite toda e acordar só as 10 horas da manhã. Eu sou esperançosa, gente! Ou será que é o desespero...? Pois não é que o fofo teve um sono super agitado a noite, acordou milhares quatro vezes e levantou às 5 da matina novamente, falando como se fosse meio dia! E no outro dia ganhou um prêmio internacional de bebê mais irritado, lutou descontroladamente contra o sono e dormiu pouco.
E a mãe? Fiquei "xatiada". Fiquei foi raiventa, sangue nozói, como é que pode esse troço não funcionar com o Pepê, COMÉQUEPÓDI! *&%¨&$($¨&$&¨&%!!!! EU AQUI DEPOSITANDO MINHAS FÉS NESTE NEGÓCIO E O TREM DESANDA DESSE JEITO, EU VOU FICAR A VIDA TODA COM ESTE MOLEQUE NO COLO, ALGUÉM ME SEGURA QUE EU VOU DAR UM CHILIQUE, etc, etc... 
Conversei com a Érika e a próxima sessão vai ser punk-rock-velocidade-cinco-na-dança-do-créu. Mentira, ela só disse que vai fazer mais pontos. Vamos na fé, que a fé não costuma faiá, né.

Ah, marquei retorno com a Dra Natureba, tô doida nas garrafadas dela! Quem sabe acupuntura + homeopatia + reza funcionem. Só falta este detalhe (e ele parar de acordar às 5 da manhã) pro soninho do Pepê virar lymdeza, só isso gente!!! Já tô contando vitória, daqui a pouco meu cabelo começa a nascer na parte da minha cabeça que caiu!!! Vamos filho, você consegue!

Vem sucesso!!!


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Encantadora de Bebês que nada, eu quero agulhas!




Imagem royalty-free: Mother and Newborn Baby
Tenta aí no chiadinho, vai.

Esse negócio de encantadora de bebês deu certo com meu pequenote não. Fail! Por causa de que ele dorme ninado no colo, certo? Aí eu teria que passar ele pra alguma superfície não humana, certo? Aí ele acorda, certo? Aí eu pego ele e nino de novo e ele dorme, certo? Errado. Ele não dorme mais. Quer dizer, as vezes até dorme se ficar mais uma hora ninando. Portanto é lorainemente impossível aplicar este método com Pepê! Você não saberia encantar o meu bebê, fia. Ou então demoraria mais de uma semana no pu/pd (pick up / pick down) sem parar nem pra fazer xixi.
A consulta com a Dra Natureba é cara e eu tô já é morrendo de preguiça de ir lá de novo devolver a carta de alforria dizendo que é falsa, ainda tô com uma bola de ferro no pé. Pepê não dorme sozinho por que não gosta de ficar só, ele se irrita e ninguém dorme quando tá irritado. Se tivesse só 5 meses que eu tivesse saído de dentro de alguém, eu também não ia querer ficar só! 
No domingo relaxei tanto com este negócio do sono dele que o bichinho dormiu meia hora de manhã e meia hora a tarde. A noite ele teve um sono meio agitado e acordou ás 5 da matina falando igual o homem da cobra! É ruim que eu vou estragar nossa noite que demorou pra ficar boa por causa de sugestão de pediatra, é ruim hein! Vou seguir minha intuição que é afiada e EU SEI que o problema do sono diurno é que ele é leve. Liguei pra acupunturista, a Erika Nery Lymda de Morrer, e marquei já a sessão de Pepê. Ela disse que teve bons resultados pra este tipo de sono, revele senhor! Revele! Volto com notícias, beijos esperançosos!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O que fez meu bebê parar de acordar de hora em hora

Imagem royalty-free: Tired Eyes
Dorme picutuchinho.



O que deu certo pra Noite do Pepê? Que milagre divino o fez dormir cinco, seis horas seguidas quando o costume era uma hora? Paulada na cabeça? Tranquilizantes pra elefante? Não, gente, foi uma técnica simples do livro Soluções para Noites sem Choro. Foi o desmame noturno. 
Mas jááááááá? Ele não é muito novinho pra isso? DESMAME? É, des-ma-me no-tur-no. 
Acho lindo dizer que o bebê mama quando quer, se ele quiser mamar a madrugada inteira e não mamar de dia, ele que sabe. Eu acho lindo mesmo, por que os bebês sabem se regular. E acho também que a gente deve respeitar o tempo deles, o jeito que eles são e tentar aceitar. Eu acho mesmo que a gente que deve se adaptar ao ritmo deles, por amor e respeito ao desenvolvimento. E não é isso que fabrica pessoas tiranas, pelo contrário. Isso faz com que eles tenham o que precisam na época certa, assim passam pra próxima fase sem carências ou necessidades mal atendidas. Eu penso assim. 
Então você que está com sua linda bundinha aí na sua cadeira se sentindo bem com o sono em dia, mesmo que tenha um bebê notívago, tira este dedão da minha cara por que cada um sabe de si. Não posso justificar minha atitude pra vocês, mas quem viu sabe o tanto que tentei. Não deu. Ter sabedoria é também aceitar suas impossibilidades e limitações. Então tentei este recurso só pra não ter que fazer minhas malas e ir embora pra Bahia vender anel de coco e contar pros mendigos dividindo a cachaça e o cigarro como eu era feliz quando tinha uma família. 
E não é que deu? Te amo Elisabeth Pantley, to acendendo uma vela em teu nome, abençoada! E o método não tem choro nem sofrimento, é muito sutil. É só uma ajuda pro pequety saber que consegue dormir sem mamar. 
Consiste em (finalmente!): quando o bebê acordar, alguma boa alma que não a mãe (geralmente o pai, companheiro ou companheira) pega o fofo e nina. Modo mute, nina como de costume. Ele vai dormir, devolve pro berço (cama, moisés, cercadinho, masmorra). Quando ele acordar de novo, repita o procedimento. Mas ATENÇAO! Se o pequenino reclamar ou ficar nervoso ou mesmo começar a mamar as mãozinhas ou o braço alheio leva logo pra mãe! Não é pra deixá-lo chorar, nem passar fome, nem ficar irritado. Então esta outra pessoa tem que estar disposta a sacrificar algumas noites pra fazer isso por 10 dias. No primeiro dia, o santo ou santa vai anotar tudo em uma planilha. Depois segue persistindo e anota de novo só no décimo dia. Aí siiiiiim compara as planilhas e vê se houve melhora. Continua por mais 10 dias pra consolidar a vitória ou aumentar o sucesso. 
Se não melhorou nada ou se piorou, compra o livro ou me manda um e-mail. Talvez seja melhor mudar de estratégia ou talvez você tenha tido sucesso mas não percebeu. Entendeu amore? 
Foi isso que fizemos, eu e papai de Pepê. Na primeira noite já melhorou. Na segunda noite só acordou três vezes e depois passou uma semana acordando só duas vezes!!! Ô menino esperto da mamãe! Aprende rapidão!!! Lindo. 

Agora o blog deveria se chamar o sono diurno do Pepê...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Dorme cotia, de noite e de dia!

Imagem royalty-free: Fathers hand touching sleeping infants head
Dorme nenêm!




Ai amigues, eu sou muito broca mesmo. Tô que coloco texto aqui e não explico pra clientela que estes textos são antigos! É o histórico do sono do Pepê! Ainda não chegamos nos atualmentes, estamos quase lá. Este é o penúltimo texto antigo e daqui a pouco vou poder reclamar desabafar em tempo real! O Pepê faz cinco meses dias 25. E conseguimos muita vitória com o soninho dele! Eu espero do fundilho do meu coração te ajudar com esta questão aí na sua casa, por que se tem uma coisa que eu sei é como é ter um bebê que dorme pouco (ou acorda muito!). Me compadeço! Tem gente que não sofre, que passa a vida bem, dormindo 4 horas por dia. EU NÃO! QUASE MORRI!
Mas já passou, oh glória!


Depois que a liberdade abriu as asas sobre nós eu vi que durante o dia o buraco é mais em baixo. Pepê acostumou-se a dormir no colo e só dorme assim. Eu achei que ia ser mais fácil tirar este costume dele por que agora se tiver com sonão ele dorme no carro. Me enganei! Sabe que eu nem me importo em ninar um pouquinho, que ele só adormeça no colo, tudo bem! Mas poxa filho, dorme no carrinho, na rede, na cama. Você consegue meu amor!!! Consegue mas precisa de ajuda. 
Dra Natureba disse pra eu largar ele lá que uma hora ele dorme. Humpf! Só vai ficando é mais irritado e em 10 minutos começa a reclamar alto e aí já to agindo! Tem a tal da encantadora de bebês que sugere ficar ao lado dele forever pegando e devolvendo pro berço até o abençoado se enjoar, cansar e dormir. O esquema seria ninar e colocar no carrinho. Acordou? (Óbvio amore) pega, nina de novo e coloca no carrinho. 
Com o Pê eu tenho que tirar férias, quando ele finalmente dormir (se não morrer de irritação antes) ele já vai ter 20 anos. Eu lá tenho saúde pra isso`bem? Meu cabelo tá ralo do tanto que cai todo dia! Tem outro jeito? Vou ter que tentar, consistência e persistência e muita paciência. Esta última vou ter que raspar do fundo do pote com o dedo.Embarcando em mais uma aventura! Me deseje saúde e sorte! 



terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A carta de Alforria


Tivemos consulta com a Dra Natureba dia 14 de fevereiro. Eu fui jurando que ia sair com uma receita de umas três garrafadas e mais um vidro de boa noite cinderela. Já tinha até ligado pro cara da farmácia pedindo pra ele ir colhendo as papoulas! Ah por que se ela não me passasse remédio pro meu baby ah dona doida se segura! Mas depois de muita conversa saí de lá sem nenhuma receitinha, mas com uma carta de alforria: tá livre negona! Comassí? 
Eu chorei todas as pitangas e ela: Esquece tudo o que você já leu! Deixa o menino em paz! Se ele quiser dormir ele dorme. E eu: dorme não fia! E ela: se ele estiver com sono e você ninar e ele não dormir deixa ele na rede, já que ele gosta, e sai de perto. Ele vai dormir. E eu: Seráaaaa? E ela: se ele não dormir é por que não estava com sono. Se ele começar ficar irritado vc nina, e pára de contar se deu uma hora ou 15 min de sono, CADA BEBÊ É DIFERENTE UM DO OUTRO, SEU FILHO ESTÁ BEM! Ele é ligadão, muito atento e desenvolvido. Deixa ele! 
Me conectei com meus antepassados recém libertos, liberdade! Que felicidade, que alívio! Mas e agora, será que vou conseguir, será que vai dar certo, será que meu filho vai ficar três dias diretão sem dormir e depois vai entrar em coma e acordar com 15 anos?! Vou ter que jogar todos estes livros e artigos no lixo! Vou lá dar um peteleco na testa de cada um destes "eu-sei-sobre-sono-de-bebê"!!!  Calma, Loraine Antônia. Tá com a alforria na mão, carimbada e assinada. Vamos tentar! Talvez o Pepê seja um bebê fora da média, e os textos são sobre a média amore. 
Saimos de lá ele estava morto de sono, e eu já tensa por que ele não é era daqueles bebês que dormem no carro. Mas tratei de mudar minha atitude mental: se ele não dormir: bem, se dormir: amém! Aí botei minha mão pra ele brincar e fiquei na internet no celular. Tu dormiu? Ele siiiiiiiiimmmmmm! Reclamou, reclamou e depois dormiu sozinho! O PEDRO DORMIU SOZINHO!!! Chegando em casa, acordou. Ótimo, vamos trocar de roupa, mamadona, ninar, cama. Acordou uma vez na madruga, mamouzão. Se acordou e não reclamou no berço ficou. Acordou 6h, mamou e não dormiu. Devolvi pro berço no modo mute e fui deitar agarrada no bofe. E o menino deu umas remexidas e depois.... DORMIU! O PEDRO DORMIU SOZINHO DE NOVOOOOOOO!!! Até as 7h12. 
Benzadeus! Amém-aleluia! A Deusa é mãe não é madrasta! Eu chega levantei tonta de tanto dormir! Vamos fazer uma festaaaaa! Claaaaaro que eu sei que pode ser que nem sempre vá ser assim, eu fico desconfiadinha senão não era eu. Mas agora EU CONFIO NO MEU FILHO, e to orgulhosa de ver o tanto que ele aprende rápido! Vamos juntos filhão! Depois conto como estão nossos dias. Amo vocês! A vida é linda! O céu é azul! Que lindo!!!!!      

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Tá acabandoooooooo!!!!


Imagem royalty-free: Newborn baby sleeping
Vem morar na minha casa, soninho!


Eu sabia!!! Há algumas semanas eu dizia ao maridones e à Dra Jung que eu tinha a sensação 
de que tudo estava prestes a acabar, eu sabia que estava no fim do furacão, só não sabia como nem por onde, mas até comecei a me despedir das coisas boas de ter um bebê acordando de hora em hora! 
Opa peraí que agora eu fundi sua cabeça! O Pepê tá dormindo a noite toda e eu gostava quando ele acordava igual resultado da telesena? O blog vai acabar por que agora que ele dorme eu não amo mais a vida e vou passar a acordá-lo de hora em hora pra dizer oi? Cadê a Dra Jung?! Prende esta louca!!! Calma gente, vamos por partes. 
Primeiro, o Pepê ainda acorda pra mamar, umas duas ou três vezes, e eu acredito que ele vai acordar só duas vezes em breve! Ai você não sabe minha felicidade ao dizer isso, chega floresce arco íris no meu coração! Duas vezes por noite tá ótimo! Eu vivo, já vou acordar pro xixi mesmo. Tem só uma coisinha que eu to com esperança no homeopático: a luta contra o sono de dia e que ele acorda entre 5 e 6 da manhã horário de brasília de verão e só dorme até as 7h por que mamãe véia das costa oca fica ninando o fofo initerruptamente, em pé. Até as 7h. Senão ele acorda. Mas vamos sair dessa também, tenho fé na Dra Natureba e suas garrafadas homeopáticas. 
Ah quer saber o segredo do sucesso? Próximo post senão fica um texto muito longo, não gosto. Mas corre e vai comprar o livro Soluções pra Noites sem Choro que tem a ver (tô ganhando dinheiro com isso não). 
E essa história de que eu gostava de ver o Pepê sambando a noite toda? Bem, desde que eu virei estudante de psicologia é que eu faço terapia. Se for bem feita a gente acaba aprendendo a ver umas armadilhas que a gente mesmo se enfia. Principalmente quando há muito sofrimento. Parece não mas tinha (ó o passado, deusejalôvado). E sofrer é gozar, já diziam os psicanalistas. 
Dá um confere na minha lista de vantagens: 
- todo mundo sentia pena de mim (eu ainda desperto esse sentimento só com a minha cara de zumbi) e por isso faziam tudo o que eu mandava pedia. Busca água, faz macarrão, pega o pepê pra eu ficar de papo no feici olhar meus emails;
- tudo de ruim que eu fazia e sentia era culpa da privação de sono, e todos entendiam isso. Se eu tivesse dormindo eu seria a anja! Coisa que pra te falar a verdade nunca fui, bem. 
- eu tinha com exclusividade no camarote momentos divinos com meu Pepê na penumbra da noite. Ele mamando todo entregue como se não tivesse mais nada no mundo (aquela hora da matina não tinha mesmo) e as vezes olhava pra mim com muito amor. Ai ai suspiros. 
Só vou compartilhar estes, já me expus demais, eu sou muito recatada. E você, quais as suas vantagens? Você consegue abrir mão delas? Doeu te perguntar? Ah dói, logo eu que era a sofredora da situação. Não estou minimizando o sofrimento que é ficar sem dormir, mas se queremos aprender e crescer sempre é importante olhar pra este outro lado também, te convido. Ah, eu não vou fechar o buteco tenho muito pra contar sobre como chegamos até aqui e também a manutenção do esquema. Te vejo!  

Reflexologia para melhorar o sono dos bebês




Esta técnica de reflexologia para melhorar o sono do bebê é uma forma simples de tranquilizar um bebê agitado e ajuda-lo a adormecer.
 
Por isso:
Segure o pé direito do bebê, pressionando levemente a àrea carnuda do dedão, com o polegar simulando círculos.
Este passo deve ser repetido 2-3 vezes apenas no pé direito.
 
Pressione com o polegar o centro superior da sola dos dois pézinhos do bebê ao mesmo tempo. É o ponto, chamado plexo solar, que fica ligeiramente abaixo e entre a base das falanges do dedão e do dedo a seguir. Pressione e solte 3 vezes.
 
Coloque o dedo na lateral interna da sola do pé do bebê e deslize pressionando ponto a ponto desde o calcanhar até o topo do dedão.
 
No final do esquema, os passos 1 e 3 devem ser repetidos.

Para o bebê entrar num estado de calma e relaxamento e conseguir dormir, comece esta massagem no bebê colocando-o deitado numa superfície confortável, num ambiente tranquilo e sem barulhos e com uma temperatura em torno dos 21ºC . A luz deve ter uma intensidade média, mantendo sempre o contato visual com o bebê falando com ele com a voz doce num tom baixo.

O bebê pode não conseguir dormir por estar doente, muito cansado ou por causa do incomodo dos primeiros dentinhos, e neste caso é muito importantes saber como aliviar a dor do nascimento dos dentes do bebê, ou descobrir qual é o motivo da sua agitação para que a reflexologia ou qualquer outro método para adormecer o bebê funcione.

O melhor momento para se fazer esta massagem, pode ser no fim do dia após o banho por exemplo, quando o bebê deve estar mais relaxado, quente , limpo e confortável.
 
Uma dica é estabelecer esta rotina uma hora e meia a partir da última mamada para evitar episódios de refluxo nos bebês menores. Além disso a rotina dá segurança ao bebê e por isso tranquilidade.

Fonte: http://harmoniacorpoemente.blogspot.com.br/2012/12/reflexologia-para-melhorar-o-sono-do.html

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Rotina


Imagem royalty-free: Twin babies sleeping on stacks of towels
Vem Morfeu!

Idade do Pepê: 4 meses. O Pepê não tem rotina diurna. Não me sinto menos mãe por isso não, me sinto por outras coisas. Não é possível dar uma rotina pra ele por que eu mesma não tenho, como ele vive grudadinho na mamis, pelo menos por enquanto não dá. Mas é umas das coisas importantíssimas pra melhorar o sono do bebê, por que ele se organiza melhor quando tudo é previsível e pode ficar mais descansado a noite e dormir melhor. Funciona se seu bebê tiver mais de 1 mês, e se ele aceitar, né bem. Mas Pepê, vai por mim, se fosse simples assim já teria resolvido, amore. A gente já teve uma rotina mais ou menos o que não fez ele dormir mais ou menos. O que eu faço é tagarelar o dia inteirinho com este menino, a matraca aberta contando tudo o que vai acontecer. Se vamos sair, pra onde, que horas, com quem, o que ele vai fazer, o que eu vou fazer. Não entende? Você que pensa! Entende melhor que muito adulto broco que eu já vi por aí. E também ele dorme mais ou menos no mesmo horário e no mesmo lugar.
Mas pra dormir a noite a gente tem uma super rotina! Arrasamos na rotina. Começa com uma volta no jardim um pouco antes das 17h30. Eu conto toda uma história pra ele, espia: "olha meu amor, o solzinho já está indo pra trás do morro (o sol a pino por causa do horário de verão). Ele tá cansado por que hoje ele brincou muito, passeou, agora a mamãe dele  vai ninar ele e ele vai acordar só amanhã quando a noite for embora (dando a dica, vai que cola). Boa noite solzinho! Do outro lado vem chegando a dona noite com o escurinho pra gente dormir bem gostoso. Vem também a lua com uma luz branca que traz tranquilidade e paz. Seja bem vinda dona noite! No jardim todo mundo já está se arrumando pra dormir, as flores se fecham, os passarinhos vão pro ninho, a árvore já está fechando os olhos. Boa noite galera!" Aí vou pra dentro com ele, fecho as cortinas e a gente começa: massagem, banho de balde, mamada, cama as 19h. As vezes cola às 19h, as vezes fica um põe-tira do berço infinito até as 20h quando ele perde a batalha. Depois eu vivo por 1h e vou pra cama as 21h que eu não sou boba nem nada!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

O efeito vulcânico


Sono é uma necessidade básica da existência humana. Sono adequado é necessário para que bebês descansem, se desenvolvam e para que os hormônios do crescimento atuem e suas necessidades dependem de idade e maturidade. Na primeira infância, os padrões e características do sono são diferentes dos adultos. Vamos discutir um pouco da fisiologia do sono de bebês a partir dos seguintes princípios (1, 2):

1. Como adultos dormem: adultos adormecem e entram primeiro em sono profundo "não-REM" (REM da sigla em inglês para “movimentos rápidos dos olhos”), no qual a respiração é superficial e regular e os músculos estão relaxados. Cerca de 1 hora e meia depois, se passa para o sono leve ou ativo (sono REM), no qual os olhos se movem sob as pálpebras enquanto o cérebro se “exercita”: sonhamos e nos movimentamos, podemos até ir ao banheiro e não lembrar de nada. Esses ciclos de sono leve e profundo continuam se alternando a cada 2 horas, em média, ao longo da noite. Resultado: dormimos cerca de seis horas de sono tranquilo e duas horas de sono ativo. 

2. Como bebês adormecem: bebês não têm maturidade para adormecerem sozinhos, sem ajuda, e precisam dos pais para isso (embora alguns bebês aceitem ser postos sonolentos no berço). Precisam de um ritual de sono repetitivo, que inclui contato corporal, como embalo, amamentação ou outro. Seus olhos se fecham, sua respiração fica irregular e ele pode se assustar, contrair os músculos e sorrir rapidamente, o chamado "sorriso do sono", e pode continuar a sugar com a boca tremendo. Então, você tenta transferi-lo para o berço e ele acorda imediatamente! Isso acontece porque ele não estava completamente adormecido e, sim, ainda no estágio de sono leve. Tente fazer todo o ritual acima, mas espere mais tempo (cerca de 20 minutos) até que entre em sono profundo: pare de sorrir, a respiração se torne regular e superficial e os músculos relaxem (punhos se abrem e braços e pernas ficam “pendurados”). 

Portanto: adultos geralmente vão direto para o estágio de sono profundo, enquanto que bebês começam no estágio de sono leve

3. Bebês têm ciclos de sono mais curtos que adultos: cerca de uma hora depois de adormecer, o bebê volta à fase de sono leve: começa a se movimentar, parece que vai sorrir, sua respiração torna-se irregular. Essa transição entre sono profundo e sono leve é um período vulnerável a despertares. Muitos bebês acordarão, então, se houver algum estímulo desconfortável ou irritante (fome, sede, barulhos e outros). Se ele não acordar, permanecerá em sono leve durante os próximos 10 minutos e retornará novamente para o sono profundo. Enquanto que os ciclos de sono dos adultos (passagem de sono leve para profundo e depois de volta ao sono leve) duram em média 90 minutos, os ciclos de sono dos bebês são mais curtos, têm de 50 a 60 minutos. Isto significa que os períodos vulneráveis para acordarem à noite acontecem a cada hora, em média. Nesse período vulnerável, você pode colocar uma mão carinhosa em suas costas ou permanecer ao seu lado se ele estiver na sua cama para ajudá-lo a superar esse período de sono leve sem acordar. Concluindo: alguns bebês precisam de ajuda para adormecerem novamente no período vulnerável a despertares entre os ciclos de sono.

4. Bebês não dormem tão profundamente quanto você: ou seja, bebês levam mais tempo para adormecer e têm mais períodos vulneráveis para acordar (cerca do dobro dos adultos). Isso parece injusto com os pais cansados depois de um longo dia cuidando deles. Entretanto, veja o próximo item e entenderá que essas acordadas mais frequentes existem por uma razão vital e que manipular o ritmo natural de sono do bebê pode não ser de seu melhor interesse (então pense bem antes de adotar métodos de "treinamento de sono" com técnicas e apetrechos).

5. Acordar durante a noite traz benefícios à sobrevivência: no início da vida do bebê suas necessidades estão no limite máximo, mas sua habilidade de comunicá-las é mínima. Vamos supor que um bebê dormisse profundamente a maior parte da noite, isso significa que algumas necessidades básicas não seriam supridas. Seus estômagos são diminutos e mamadas frequentes e em livre demanda são as únicas formas de atender todas as suas necessidades nutritivas e emocionais. Além disso, o leite materno é digerido com rapidez. Se a fome não fizesse o bebê acordar facilmente, isso seria um risco para sua sobrevivência. Da mesma forma, se uma dificuldade respiratória ou um ambiente frio não acordassem o bebê e ele não pudesse comunicar tais necessidades, sua sobrevivência estaria em jogo. Bebês, então, têm mais períodos vulneráveis ao sono, acordam mais, demoram mais para dormir. Parece até injusto, mas assim foram programados e há pesquisas que comprovam que o sono ativo os protege (3). Então,encorajar um bebê a dormir profundamente demais, cedo demais, pode não servir ao melhor interesse de sua sobrevivência e seu desenvolvimento

6. Acordar durante a noite tem seus benefícios em termos de desenvolvimento: pesquisas mostram que o sono leve ajuda o cérebro a desenvolver-se (4), pois o fluxo sanguíneo até o cérebro quase dobra durante o sono REM (aumento mais evidente na área do cérebro que controla automaticamente a respiração). Durante o sono REM, o organismo trabalha na produção neurológica e acredita-se que o cérebro usa esse período para processar informações adquiridas durante o dia. No estágio de sono leve, os centros mais elevados do cérebro permanecem operando, mas durante o sono profundo esses centros são desligados e o bebê é mantido através dos centros inferiores do seu cérebro. É possível que durante o estágio de crescimento rápido do cérebro (o cérebro dos bebês cresce até cerca de 70% do volume adulto durante os primeiros dois anos), o cérebro precise continuar funcionando durante o sono para desenvolver-se. É interessante notar que prematuros passam ainda mais tempo do seu sono (aproximadamente 90%)  em REM, talvez para acelerar o crescimento cerebral (5). Então, o período da vida que humanos dormem mais e o seu cérebro se desenvolve mais é quando têm o sono mais ativo. 

7. À medida que crescem, os bebês atingem a maturidade do sono: Tudo bem, já entendemos isso, mas a pergunta que não quer calar é: quando, afinal, meu bebê dormirá a noite toda? A verdade é que essa idade varia enormemente entre os bebês. Nos primeiros 3 meses de vida, bebezinhos raramente dormem por mais que 4 horas seguidas sem precisarem de uma mamada. Mesmo assim, eles dormem um total de 14-18 horas por dia. Entre 3 e 6 meses de idade, a maioria fica acordada por períodos maiores durante o dia e alguns podem até dormir por 5 horas seguidas durante a noite (e isso é chamado ‘dormir a noite toda’ para um bebê). Tenha em mente que outros pais geralmente exageram quanto ao padrão de sono de seus bebês, como se isso fosse um distintivo de "boa maternagem", quando, na verdade, não é.

8. Bebês ainda acordam conforme vão se desenvolvendo: apesar de atingirem uma maturidade de sono até o final do primeiro ano, muitos ainda acordam por vários motivos, tantos físicos como psicológicos. Acontecimentos importantes no desenvolvimento, como sentar, engatinhar, caminhar, levam os bebês a "praticarem" suas novas habilidades enquanto dormem. Então, entre um e dois anos de idade, quando o bebê começa a dormir durante os estímulos para acordar acima mencionados, outras causas levam-no a acordar durante a noite, como ansiedade de separação e pesadelos. Para revisar com detalhes as fases de crescimento e desenvolvimento que interferem no sono do bebê leia a nota sobre tema na nossa comunidade(6). Finalmente, outro fator que pode fazer uma diferença na qualidade de sono é sua alimentação. Para maiores informações, ler a nota “Comer bem para dormir bem” (7). 

Agora que já sabemos essas lições essenciais do sono de bebês, vamos discutir a influência do sono diurno (sonecas) no sono noturno. Conforme a criança cresce e ganha maturidade, a quantidade de tempo que consegue ficar acordada e feliz aumenta. Assim, um bebê recém nascido só consegue ficar acordado de 1 a 2 horas antes que o cansaço se instale, enquanto que uma criança de 2 anos consegue durar até 7 horas acordada antes de precisar de uma soneca. Mas apenas após os 4 ou 5 anos de idade (as vezes mais) a criança consegue passar o dia todo sem sonecas e feliz, conforme a tabela e figuras abaixo.



Tabela e Figura 1Tempo médio necessário de sono noturno e diurno, por idade. Como se tratam de médias, variações são comuns e esperadas.


Então, imagine que pela manhã a criança acorda totalmente restaurada, cheia de energia, mas que conforme as horas passam, aos poucos, os benefícios do sono da noite passada são esgotados e ela precisa dormir novamente. Quando entendemos isso e não deixamos a criança ficar muito tempo acordada (“passar do ponto”, como costumamos dizer), e a colocamos para tirar uma soneca assim que percebermos sinais de sonolência, fortalecemos os benefícios do seu reservatório de sono, permitindo que ela ‘recomece’ o dia cheia de energia após cada período dormindo.

Por outro lado, quando não percebemos os sinais de sono (bocejar, esfregar olhos, perder interesse no ambiente, olhar parado, como “hipnotizado”, chorar, puxar cabelos e orelhas, algumas vezes até gritar), e não as ajudamos a adormecer quando os primeiros sinais aparecem (fazendo um ritual de soneca simples, porém repetitivo, com ambiente apropriado: escuro e com sons estáticos ao fundo), ou quando as “forçamos” a ficarem acordadas além de suas necessidades biológicas sem uma soneca, elas ficam exaustas, chorosas e infelizes. 

Conforme os números acima, bebês novinhos aguentam um breve espaço de tempo acordados e a pressão do sono já chega, apenas entre 1-3 horas depois de despertos. Por isso é que recém nascidos dormem várias sonecas ao dia e bebês novos requerem 2-4 sonecas diárias. Conforme o tempo, os ciclos de sono do bebê ganham uma maturidade e eles são capazes de ficar acordados mais tempo entre sonecas. 

Vale à pena reforçar também que, para serem restauradoras, as sonecas devem durar 1 hora no mínimo (para completarem as fases do ciclo de sono). Isso a partir de 3-4 meses, pois antes disso o padrão de sono é muito imaturo. Além disso, recém nascidos geralmente dormem em ambientes barulhentos e com atividades ao redor, mas conforme crescem, ambientes barulhentos e claros são distrações que interferem na habilidade do bebê adormecer. 

Aliás, pesquisas sugerem que até adultos se beneficiariam de uma soneca no meio do dia ou pelo menos uma pausa para descansar (8).


Então o que é esse tal de "efeito vulcânico"?


Conforme o dia passa e a pressão do sono se instala, a criança fica mais irritada, chorosa e menos flexível, tem menos paciência, perde a concentração e habilidade de aprender e absorver novas informações.  O termo científico para esse processo é "pressão de sono homeostática". Elizabeth Pantley, em um de seus livros especificamente sobre sonecas (9) chama esse fenômeno de ”efeito vulcânico”, que é o que adotamos também. Todos já vimos esses efeitos em bebês ou crianças. É tão claro como assistir um vulcão entrar em erupção. Observamos uma criança chorosa e irritada e pensamos: "É sono, precisa de uma soneca!" 

Sem o descanso da soneca a pressão homeostática continua se acumulando até o final do dia, crescendo e se intensificando, como um vulcão, até que a criança estará completamente exausta, elétrica e incapaz de parar a explosão. O resultado é uma batalha intensa na hora de dormir com uma criança exausta, ranzinza ou um bebê que não consegue adormecer, não importando o quão cansado esteja!

Isso acontece por que o cortisol, hormônio que sinaliza a vigília, é liberado em quantidades maiores quando a pressão do sono se instala e o descanso não ocorre. Cortisol também é o ‘hormônio do estresse’ que é liberado quando o bebê ou a criança chora (secretado em quantidades potencialmente danosas ao cérebro quando o choro não é consolado e prolongado) (10-15). Cortisol antagoniza os efeitos da serotonina e melatonina, substâncias responsáveis pelo sono. Ou seja, quanto mais tempo acordada, mais cortisol em seu corpinho, mais choro de irritação, que libera mais cortisol ainda, e mais dificuldades de dormir, além de poder acordar muito cedo também pela manhã no dia seguinte. 

Apesar de parecer paradoxal aos olhos de um adulto, isso explica porque a criança muito exausta, ao invés de adormecer facilmente, luta contra o sono (figura 2).






Figura 2. Progressão do efeito vulcânico no organismo.


Pior ainda, uma criança que perde sonecas dia após dia acumula privação de sono que a põe no estágio do “vulcão em erupção” mais e mais rápida e facilmente. E pior ainda é se ela está perdendo sonecas e também não tem uma boa qualidade ou quantidade de sono noturno!

Vale lembrar que o efeito vulcânico não acontece só em crianças, mas afeta adultos também, por isso nos vemos ranzinzas e irritados no final de um longo dia e quando as crianças estão irritadas e sonolentas o resultado é uma fileira inteira de vulcões explodindo!

A pressão de sono pode ser intensificada por problemas do ambiente como: noite de sono passada ruim (déficit de sono prévio), estresses diários, mudança na rotina, visitantes, dentes nascendo, doenças e outros. Mais ainda, o estado de espírito de cada pessoa afeta os outros, causando um mau humor contagioso, especialmente em bebês, que são muito especialmente sensíveis ao nosso estado de espírito. 

O conceito do vulcão traz ainda outra observação importante: sonecas de qualidade podem compensar por sono noturno perdido, mas tempo extra de sono noturno NÃO compensa sonecas perdidas (devido ao conceito de pressão de sono homeostático). Portanto, não importa se a criança dormiu bem à noite ou não, suas sonecas diárias são importantíssimas para liberar a pressão de sono em ascensão.


O que fazer para sair desse ciclo vicioso?



Algumas mães relatam que passam o dia todo tentando fazer seu bebê dormir, e muitas vezes isso acontece porque desconhecem o tempo médio que aguentam permanecer acordados fisiologicamente. Então eles “passam do ponto” ou entram em efeito vulcânico frequentemente. Deixam os bebês acordados até tarde da noite, não permitem que tirem sonecas por acreditarem que dormiriam melhor a noite (quando, na verdade, é o oposto), ou tiram sonecas rápidas, de meia hora ou menos, que não completam as fases do ciclo de sono e não são restauradoras. É um ciclo vicioso, uma bola de neve que se inicia logo pela manhã: quanto menos sono nos momentos apropriados, mais dificuldades para os sonos a seguir.

Então, a melhor estratégia para lidar com isso é prevenir que o efeito vulcânico se instale. Em primeiro lugar, investindo na qualidade das sonecas e ajudando o bebê a tirar sonecas restauradoras. Pode-se fazer isso da maneira mais eficiente que a mãe encontrar de adormecer o bebê, e não se esquecendo de proporcionar um ambiente apropriado ao sono (como já dito acima, um ambiente escuro e com sons estáticos ao fundo é o ideal). Sons estáticos são sons repetitivos e que conduzem ao sono, os quais o bebê já está acostumado a ouvir no útero materno, como, por exemplos: som do mar, chuva, oceano, ar condicionado, ventilador, secador de cabelo, rádio fora de sintonia e outros. Uma dica: grave um CD com este tipo de som e toque durante toda a duração da soneca e a noite toda também. Até nós adultos nos beneficiamos disso. Quem não dorme bem quando chove lá fora ou tira uma bela soneca numa rede a beira-mar?

Se for preciso esticar as sonecas colocando o bebê para dormir novamente no meio da soneca, faça-o, pois esse é um aprendizado que o bebê não faz sozinho, ele depende da nossa ajuda. Se o bebê dormir melhor no seu colo ou mamando ou precisar ser embalado novamente, que seja. É importante evitar a progressão do efeito vulcânico e um bebê exausto precisa mais do que nunca de ajuda para adormecer. Novamente, um ritual de sono noturno condutivo ao sono também é importante e é benéfico que as crianças durmam cedo, pois têm tendência a acordar cedo. A espécie humana é uma das que nascem mais precocemente no reino animal, até entre os primatas. Isso porque o "preço" da nossa inteligência, o cérebro enorme (que foi evoluindo por milhões de anos), não poderia terminar de se desenvolver no útero da mãe ou o parto não seria possível, em conjunção com outro fator evolutivo: nos levantamos e andamos, somos bípedes. Fato é que bebês nasceram neurologicamente inacabados! São dependentes e precisam de nossa ajuda, toque, carinho, atenção, ser atendidos quando choram, receber colo, ajuda para dormir quando precisam.

Em outras palavras, o bebê sente um mal estar, mas não sabe identificar a causa, não entende que é sono, não sabe como resolver esse problema (ou seja, dormindo), não sabe como pegar no sono, e só tem a linguagem do choro para comunicar suas necessidades (físicas e emocionais).

Para concluir: uma rotina com sonecas estáveis e restauradoras é muito importante, com um ritual de sono noturno que conduza ao sono. O que mais importa, então, é o intervalo entre sonecas e não o horário propriamente dito (lembrando que o intervalo que aguentam acordados vai aumentando conforme sua maturidade). 


Referências bibliográficas:

1- The Baby Sleep Book: The Complete Guide to a Good Night's Rest for the Whole Family (Sears Parenting Library), Little, Brown and Company; 1st edition, 2005.

2- All night long: understanding the world of infant sleep. Porter L. Breastfeed Rev. 2007 Nov;15(3):11-5. Review.

3- Infant growth in length follows prolonged sleep and increased naps. Lampl M, Johnson ML.Sleep. 2011 May 1;34(5):641-50. PMID: 21532958.

4- Sleep-related changes in the regulation of cerebral blood flow in newborn lambs. Silvani A, Bojic T, Franzini C, Lenzi P, Walker AM, Grant DA, Wild J, Zoccoli G.Sleep. 2004 Feb 1;27(1):36-41. PMID:14998235.

5- Development of fetal and neonatal sleep and circadian rhythms. Mirmiran M, Maas YG, Ariagno RL. Sleep Med Rev. 2003 Aug;7(4):321-34. Review. PMID:14505599.

6- Mortensen, M. Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebê e da criança. Guia do bebê, 2011.http://guiadobebe.uol.com.br/fases-de-crescimento-e-desenvolvimento-que-modificam-o-sono-do-bebe-e-da-crianca/

7- Mortensen, A. Comer bem para dormir bem. Guia do bebê, 2011. http://guiadobebe.uol.com.br/comer-bem-para-dormir-bem/

8- A daytime nap containing solely non-REM sleep enhances declarative but not procedural memory. Tucker MA, Hirota Y, Wamsley EJ, Lau H, Chaklader A, Fishbein W. Neurobiol Learn Mem. 2006 Sep;86(2):241-7. Epub 2006 May 2. PMID: 16647282 

9- Elizabeth Pantley, ‘The No-Cry Nap Solution: Guaranteed Gentle Ways to Solve All Your Naptime Problems’. McGraw-Hill; 1 edition (December 2, 2008).

10- France KG.  Behavior characteristics and security in sleep-disturbed infants treated with extinction.  Journal of Pediatric Psychology 1992; 17: 467-475.

11- White BP, Gunnar MR, Larson MC, Donzella B, Barr RG.  Behavioral and physiological responsivity, sleep, and patterns of daily cortisol production in infants with and without colic.  Child Development 2000; 71: 862-877.

12- de Weerth C, Zijl RH, Buitelaar JK. Development of cortisol circadian rhythm in infancy. Early Human Development 2003; 7: 39-52.

13- Goldberg S, Levitan R, Leung E, Masellis M, Basile VS, Nemeroff CB, Atkinson L.  Cortison concentrations in 12- to 18-month-old infants: stability over time, location, and stressor.  Biological Psychiatry 2003; 54: 719-726.

14- Lupien SJ, McEwan BS, Gunnar MR, Heim C.  Effects of stress throughout the lifespan on the brain, behavior, and cognition.  Nature Reviews 2009; 10: 434-445.15- Gunnar, M. R. Social regulation of stress in early childhood. In K. McCartney & D. Phillips (Eds.), Blackwell Handbook of Early Childhood Development (pp. 106-125). 2006. Malden: Blackwell Publishing.

Dra. Andréia C. K. Mortesen - neurocientista